27.1.18

GRUPO NO WHATSAPP DO SITE TRIBUNA DA IMPRENSA SINDICAL É ATACADO POR CIBERCRIMINOSOS FASCISTAS

DANIEL MAZOLA -


Nossa força e credibilidade incomodam muito. Apenas 4 dias após lançarmos no WhatsApp o grupo oficial do site TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical, sofremos uma invasão de hackers. O ataque teve início durante a madrugada de hoje (27), os invasores não esconderam suas posições políticas, pelo contrário, os ‘bolsonetes’, misóginos, racistas, homofóbicos, nazistas, enrustidos, vomitaram todo tipo de palavrões e ameaças. Durante os poucos minutos de bagunça e agressões fizeram questão de afirmar apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro.

Como sempre, recorremos ao nosso especialista em informática, Tony Kalil, que me acompanha desde o lançamento do site em dezembro de 2013 - e já nos salvou de outros ataques ao site -, ele explicou que esse tipo de invasão (via WhatsApp) normalmente acontece no momento que se faz o download de imagem compartilhada. Essa imagem, que pode ser enviada via grupo ou mensagem particular, possui um código malicioso (documento HTML). Assim que a imagem com malware é baixada, o invasor ganha acesso ao armazenamento interno dos arquivos dos aplicativos mensageiros. Mas não podemos descartar outras formas de invasão utilizadas por esses cibercriminosos.

Na verdade, ataques desse naipe apenas nos fortalecem, ninguém ataca cachorro morto, é a certeza que estamos no caminho certo, não iremos desistir jamais. Seguiremos sempre obedecendo à regra de que jornalista tem de estar sempre na oposição, revelando erros para que os “governos” possam de fato ser chamados de governos. Jornalista que só faz aplaudir o governo e criticar a oposição deveria mudar de ramo, como recomendava Millôr Fernandes, ir trabalhar em secos e molhados, porque não é jornalista de fato.

Nossa audiência (pode ser facilmente visualizada no site, quase 10 milhões de visualizações) é uma das maiores da internet em termos de blogs e sites independentes. Durante o primeiro ano, operamos sem o menor problema, porque o índice de leitura era pequeno. Mas quando chegamos à média de hoje, 12 mil acessos diretos por dia, com picos que chegam a 30 mil acessos, sem contar a leitura por redes sociais, republicações e troca de e-mails, a coisa se complicou. Já estamos acostumados aos ataques, por vezes fomos tirados do ar, matérias foram abduzidas sem a menor explicação. Os piratas tecnológicos não nos desestimularão jamais, pelo contrário, cada vez que sofremos esse tipo de ataque (censura) virtual, ficamos mais fortes e cientes de nossa responsabilidade, jornalismo tem lado.

Os brasileiros anseiam por jornalismo independente do grande capital, coisa rara nos dias de hoje, seguiremos ao lado do Movimento Sindical, em defesa das demandas sociais, contra os grandes monopólios imperialistas que controlam ramos fundamentais da economia brasileira, contra a agenda neoliberal desse desgoverno vende-pátria que vem promovendo e aprofundando a entrega total do país a preço de banana. Seguiremos alertando que só haverá democracia real no Brasil com projeto de Nação Socialista. Queremos a suspensão do pagamento da dívida pública e taxação das grandes fortunas!

Iremos a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) registrar o ocorrido às autoridades, assim poderão analisar e informar a origem do ataque. Logo vamos superar mais esse problema, força e apoio não nos faltam, relançaremos em breve nosso grupo de debates no WhatsApp, e vamos em frente, com o apoio de vocês.

Obrigado leitores e amigos da TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical!

24.1.18

ENTREVISTA – “NOSSA CATEGORIA É MARGINALIZADA E IGNORADA PELO PODER PÚBLICO, MOTOBOYS SINDICALIZEM-SE, UNI-VOS!”, DANIEL LIMA, PRESIDENTE DO SIMTIERJ [VÍDEO]

DANIEL MAZOLA -

Com a crise econômica e a precarização do trabalho, cresce a cada dia uma categoria de bravos profissionais, muito necessária e presente em todos os setores da economia, são os motoboys, mototaxistas e motofretistas. Para entendermos como anda a luta desses trabalhadores, conversamos com o dirigente sindical Daniel Lima (foto), presidente do SIMTIERJ, única entidade credenciada no estado do Rio de Janeiro.


O sindicalista recebeu nossa equipe na sede da entidade, no centro do município de Nova Iguaçu. Ele explicou que o SIMTIERJ - Sindicato de Motoboy, Mototaxi e Motofrete de Nova Iguaçu e Região do Estado do Rio de Janeiro - foi fundado em 11 de agosto de 2007 para representar e defender os profissionais que exercem funções como motociclistas. “Nossa principal missão hoje é regularizar e capacitar a categoria, além de defender os trabalhadores em todas as esferas existentes em nossa democracia participativa. A categoria está esquecida pelo poder público, descriminada por parte da sociedade desinformada, mas estamos lutando e com muito esforço dos trabalhadores de todo o país conquistamos diversas reformulações em defesa da categoria”, e completa, “hoje temos a Lei Federal (n.º 12.009) para amparar nossos trabalhadores, e um sindicato para defender, organizar e reivindicar direitos”.

O presidente alerta os profissionais que atuam no estado do Rio de Janeiro, que existem regras para exercer a profissão legalmente, a lei exige curso de capacitação e equipamentos de segurança. “O SIMTIERJ está com inscrições abertas para o curso especializado e obrigatório, destinado à categoria. O DETRAN-RJ concedeu o credenciamento ao SIMTIERJ para aplicar o curso obrigatório, conforme publicação no Diário Oficial (30/08/16)”.

Os interessados em se qualificar e participar do curso que foi instituído pela Resolução do CONTRAN 414/2012 e tem como objetivo garantir aos profissionais motociclistas a aquisição de conhecimentos, padronização de ações e atitudes de segurança no trânsito, basta entrar em contato com o SIMTIERJ (tel.: 21 3540-3066) ou direto na sede (Rua Iracema Soares Pereira Junqueira, 85 – Centro – Nova Iguaçu). O presidente Daniel Lima informa que ainda é possível inscrever-se gratuitamente. “Todos os profissionais sem curso estão no exercício ilegal da profissão, estando sujeito à apreensão do veículo, da habilitação e multa”.

O presidente fez um chamamento para que todos os motoboys, mototaxistas e motofretistas do estado do Rio de Janeiro, irregulares ou não, cumpram as normas da Lei e sindicalizem-se, “é a única forma de fortalecer a luta da categoria. Hoje temos convênios com várias instituições e oferecemos total assistência jurídica aos nossos filiados. O SIMTIERJ pode ajudar dezenas de milhares de trabalhadores que estão marginalizados. Nossa missão é orientá-los, tirando as dúvidas, lembrando sempre da necessidade e obrigatoriedade do enquadramento de todos os profissionais motociclistas aos critérios da Lei, para que possam exercer a profissão tranquilos e amparados pelo sindicato”, destaca Daniel Lima.


Por fim o dirigente sindical desabafou: “já enviei tantos ofícios (veja os documentos acima, ampliar imagem) que perdi a conta, sempre pedindo apoio as diversas prefeituras do estado, governador, Detran, Batalhões da PM, deputados, vereadores, entre outros, mas não há solução ou vira 'jogo de empurra', ninguém quer nos ajudar de fato, querem manter a categoria sem segurança e direitos. Nos ofícios peço, entre outras coisas, que regulamentem a profissão em todos os municípios. E ainda existem empresas de aplicativo que estão destruindo o setor de motofrete com concorrência desleal e precarização das relações trabalhistas. A cada dia, as empresas aumentam os lucros e expõem o trabalhador motociclista a jornadas excessivas, baixos salários, falta de benefícios, insegurança em caso de acidentes e muito mais. Por isso reforço o chamamento aos profissionais motociclistas, procurem nosso sindicato, conscientizem-se, vamos construir juntos as necessárias conquistas da classe trabalhadora, ou seremos todos liquidados pelo poder do capital”.

Segue a entrevista:

21.1.18

1º ENCONTRO DE INTEGRAÇÃO DAS ENTIDADES SINDICAIS DOS CONTABILISTAS COM O CRC-RJ

DANIEL MAZOLA -

Com o objetivo de unir a categoria dos profissionais Contabilistas, a presidente da Federação e do Sindicato dos Contabilistas do Município do Rio de Janeiro (SINDICONT-Rio), Lygia Sampaio, realizou o 1º Encontro de Integração das Entidades Sindicais com o CRC-RJ.

Dirigentes unidos para o fortalecimento e valorização da categoria / Fotos: Iluska Lopes.
A importante reunião aconteceu nessa quinta-feira (18), no auditório da Federação dos Contabilistas do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia (FEDCONT). A mesa foi coordenada e composta pela presidente da Federação e do Sindicato dos Contabilistas do Município do Rio de Janeiro (SINDICONT-Rio), Lygia Sampaio, o Presidente do Conselho Regional dos Contabilistas do Rio de Janeiro (CRC-RJ), Waldir Ladeira, e o vice-presidente do Interior (CRC-RJ), Ademilton Ferreira Dantas. No plenário havia diversos dirigentes das Entidades Sindicais do Rio de Janeiro.

O presidente do CRC-RJ, Waldir Ladeira falou com exclusividade para nossa reportagem, segundo ele “o objetivo do encontro é fazer com que 55.346 mil colegas registrados e representados pelo CRC-RJ se disponibilizem colaborando com as demandas da categoria, somando com as ações sindicais de todos os Sindicatos e da Federação. Assim estaremos valorizando nossos profissionais. Como o Conselho abriga toda a base, é importante que o CRC-RJ se faça presente para somar forças com todos os sindicatos da base territorial (RJ, ES e BA). Assim estaremos conscientizando nossos profissionais e fazendo com que ganhem no conjunto sindical força e representatividade. Esperamos que esse Encontro seja apenas o inicio de nossa caminhada para a cooperação dos contabilistas”.


Para a dirigente Lygia Sampaio (foto acima), “é necessário que as outras categorias saibam das dificuldades que estamos passandoprecisamos buscar soluções para que os contabilistas se aproximem das causas sindicais, ainda mais agora que a nova Lei Trabalhista busca afastar os trabalhadores dos sindicatos. O 1º Encontro de Integração das Entidades Sindicais com o CRC-RJ visa integrar todos os profissionais, é o ‘ponta pé’ inicial dessa luta, em breve teremos mais força e apoio da sociedade”.

Waldir Ladeira ressaltou que o Conselho é de todos e para todos os profissionais da contabilidade, disse que a representatividade está em saber respeitar as diferenças. “Categoria forte se faz com envolvimento político (...). Os Sindicatos têm uma força incrível e é preciso que tenha no Conselho um apoiador de suas ações. Estamos prontos para servir a uma única causa: a valorização da nossa classe”, falou destacando a importância das entidades sindicais.

Waldir Ladeira, Lygia Sampaio e Ademilton Dantas
Participaram do encontro o Diretor da FEDCONT e Presidente do Sindicato de Niterói, Magno Pacheco de Andrade; Presidente do Sindicato de Volta Redonda, Mario Cunha; Presidente do Sindicato da Baixada Fluminense, Sinésio Fonseca; a Presidente do Sindicato de Petrópolis, Ester Pildervasser; Diretora da FEDCONT e representante do Sindicato de Campos dos Goytacazes, Sandra Maciel; Diretora Tesoureira do Sindicato de Volta Redonda, Marcia Marinatto;Diretor Institucional do CRC-RJ, Felipe Ribeiro; as Diretoras da FEDCONT e do SINDICONT-Rio, Mary Isabel Pereira e Celi Coelho; e os Diretores da FEDCONT, José Rubens do Amaral e Egberto Bastos.

Reafirmando nosso compromisso, seguiremos permanentemente defendendo as causas sindicais, acompanhando e divulgando os desdobramentos e ações de integração e luta dos Contabilistas, para o bem e fortalecimento do Movimento Sindical, consequentemente do Estado Democrático de Direito.

Contabilista, valorize e fortaleça sua categoria, sua profissão é essencial para o funcionamento do Estado, Economia e toda a Sociedade. Não fique só, associe-se ao seu sindicato.

17.1.18

CONJUNTURA, MOVIMENTOS E ELEIÇÕES: ENTREVISTA COM O PROFESSOR NILDO OURIQUES E A EX-DEPUTADA MARCIA CIBILIS [VÍDEOS]

Daniel Mazola, Nildo Ouriques, Marcia Cibilis e Roger Mcnaught / Foto: TIS.
No momento conturbado pelo qual passa nosso país, temos o prazer de entrevistar o pré-candidato à presidência da República, professor e economista Nildo Ouriques (PSOL/SC) e a ex-deputada Marcia Cibilis para uma conversa sobre a conjuntura e possíveis soluções para a grave crise institucional e política que assola nossa população.

A exposição de ideias e de diagnósticos dos problemas brasileiros transcorreu em nível elevado. Abordando temas como sindicalismo, serviço público, reformas propostas pelo atual governo, crise política e economia os convidados trouxeram informação e acima de tudo propostas para a “Revolução Brasileira” que se mostra uma solução viável para nosso povo.

No campo da política o debate se aprofundou nas práticas básicas do que tanto revolta a todos nós, a política do “toma-lá-dá-cá” e suas consequências que minam por completo o sistema político brasileiro e as repetidas tentativas de implantar o parlamentarismo por parte de grupos da direita que insistem em ser chamados de “centro”. Já no campo sindical, opiniões fortes que ofertam um novo rumo para que as mobilizações sindicais sobrevivam e sejam efetivas na defesa dos trabalhadores. Também foi abordado a importância do serviço público para atender os interesses da população e as razões para o desmonte do mesmo por parte dos grupos da direita brasileira.

A entrevista contou com a participação dos jornalistas Daniel Mazola (editor TIS) e Roger Mcnaught. São cinco blocos de muita informação e análise crítica da situação, direto ao ponto. Confira:
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14.1.18

A LIGHT E O TRICERATOPS EMPRESARIAL

DANIEL MAZOLA -


A empresa Light – Serviços de Eletricidade S/A da vida real, e a corporação ficcional Wesayso (da sitcom “Família Dinossauros”) têm elos nada perdidos da Era Jurássica na sua filosofia empresarial, tanto que o nome da empresa gerida pelo triceratops corporativo B.P. Richfield significa justamente “Nós Dizemos Isso” (na dublagem brasileira, “Isto é Assim”). A Light S/A demonstra em suas práticas comerciais a mesma forma pré-histórica de impor o seu discurso de verdade, temperado pela falácia de origem ou genética: “nós nos investigamos, e nós concluímos que estamos certos, porque dizemos isto”.

Com efeito, o modus operandi da Light S/A está restrito nas características da Wesayso: onipresente, aparentemente onipotente, e querendo retroceder à Era Jurássica de “corporações ditatoriais” com o slogan “faremos o que é certo, se você nos deixar em paz” (http://muppet.wikia.com/wiki/WESAYSO).

Permita-me esclarecer

A Light S/A tem, ou deveria ter, um canal interno para receber as demandas de seus clientes e resolvê-las, sem que estes precisem judicializar suas reclamações; porém, quando a Concessionária não quer apresentar uma solução, arquiva internamente as denúncias feitas para a Ouvidoria ou o SAC, declarando que apurou estar a empresa completamente certa e inocente na história. Caso o(a) consumidor(a) venha a processá-la, demonstrando que o problema não foi resolvido, a defesa da Concessionária em Juízo insiste na onipresença e quiçá onipotência da empresa em investigar a si mesma como um tribunal administrativo onde cumula as funções de promotor e juiz de si mesma, à semelhança da predatória “Issoéassimlândia” jurássica do seriado que tomamos referência para tão arbitrárias decisões.

Tivemos a ocasião de ler, nos autos de ação consumerista (ainda em tramitação) proposta por uma cliente, professora universitária que na ocasião lecionava em outro município e morava no Rio de Janeiro, onde narra ter sofrido desrespeitos machistas em sua residência por um leiturista, o qual questionou sua rotina, chamou-a de algumas palavras de calão, e ainda colocou um dedo no rosto da consumidora, depois de saber de um vizinho que ela chegava tarde em casa; a consumidora fez diversas comunicações à empresa quanto à conduta do leiturista, e vendo que era ignorada, procurou o Judiciário.

Em sua defesa, a Light S/A alegou que “a Ré, tão logo foi instada a se manifestar acerca do suposto comportamento inoportuno e mal educado de seu funcionário, procedeu com a apuração dos fatos e nenhuma conduta fora dos padrões exigidos de todo homem médio, não restou apurada e em decorrência de tal fato foi enviada correspondência a residência da Autora, informado ser improcedente suas alegações”. Tudo, portanto, o que a consumidora recebeu como resposta às reclamações feitas aos canais internos da empresa foi uma sumária decisão corporativa de aceitar como verdade apenas a versão da própria Concessionária, sem que fosse dada qualquer credibilidade quanto ao que a consumidora relatou.

Vale ressaltar: a Light S/A se defende dizendo que investigou a si própria, e nessa apuração feita por ela mesma, teve como resultado a “improcedência” da reclamação da consumidora e julgado a si própria “inocente”.

O leitor veja o absurdo da situação onde uma Concessionária, sendo chamada a responder nos autos de um processo judicial, age de forma corporativa, não tendo o pudor de invocar em sua defesa que apurou sozinha a sua própria conduta e julgado a si mesma como inocente das acusações, como se dissesse na cara da sociedade e do Judiciário que “nós falamos isso”, e os consumidores têm que aceitar, no mais perfeito estilo jurássico “isso é assim”.

4.1.18

JOSÉ LOUZEIRO O JORNALISTA QUE NUNCA SE CURVOU AO AUTORITARISMO

Por ANDRÉ MOREAU -

José Louzeiro (São Luís do Maranhão, 19 de setembro de 1932 - Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 2017), criador do gênero literário Romance Reportagem no Brasil, partiu antes do combinado.

Mário Jakobskind, José Louzeiro, Jesus Antunes e Daniel Mazola. A reunião ocorreu na sede da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (Sbat), em 2003, no Centro do Rio. Foto: Iluska Lopes.
O repórter JL como preferia ser chamado, é autor de reportagens que mexeram com os interesses escusos de certos figurões que maltratavam os mais pobres, que o perseguiram e quiseram matá-lo.

Chegou ao Rio, em 1954 e trabalhou em O Jornal e Diários Associados, onde brilhavam Danton Jobim e Pompeu de Souza. Ingressou no Jornal Última Hora, pelas mãos do jornalista Pinheiro Júnior que após ler o livro de contos, Depois da Luta (1958), defendeu junto a Samuel Wainer a sua contratação, tendo se tornado um dos seus melhores amigos.

 (...) José Louzeiro foi um irmão que eu tive no jornalismo. Um companheiro de ideais. Fortes e sinceros ideais. Pena que tenha partido assim tão cedo porque Louzeiro é daqueles que não morrem nunca. Parece uma contradição. E é. Vamos tê-lo sempre presente onde quer que tenhamos que lutar por direitos (Pinheiro JR).

JL é autor do livro Araceli Meu Amor, que revelou os contornos bárbaros da morte daquela menina de apenas 8 anos, retirado de circulação pela censura, por envolver pessoas poderosas.

JL morou na Casa do Estudante do Brasil, onde escreveu a novela: Acusados de homicídio, obra que originou três pequenos contos, todos premiados em um concurso realizado na Tribuna da Imprensa. Escreveu artigos e fez reportagens em defesa dos índios, negros e operários, alguns publicados em parceria com os jornalistas Arthur Poerner, Sylvan Paezzo, Luciano Alfredo Barcellos, Edson Braga, Agostinho Seixas e prefácio de Carlos Heitor Cony, no livro Assim Marcha a Família que lhe valeu um inquérito junto a Polícia Militar, o famigerado IPM. A obra foi lançada pelo Comunista Ênio Silveira pela Civilização Brasileira.

José Louzeiro foi preso, na ditadura empresarial militar iniciada em 1º de abril de 1964, em diferentes momentos. Um deles com originais do Jornal do PCB debaixo da camisa, com Carlos Heitor Cony. Se o policial não tivesse batido em sua barriga, quando ia liberá-los, não teria encontrado o material.

Em plena ditadura JL ousou revelar detalhes sobre o envolvimento de policiais no fornecimento de armas, para assaltos, fato denunciado no livro Lúcio Flávio, Passageiro da Agonia.

Os diretos autorais desta obra foram doados para o Partido Comunista Brasileiro, visando ajudar o PCB na sobrevivência em momentos tão difíceis para todos.

JL levou a experiência do romance reportagem, ao cinema e à TV. Assinou a autoria de filmes e novelas sobre o trágico mundo em que vivemos nos anos de chumbo como, por exemplo: Os Amores da PanteraPixote  a Lei dos mais FracosLúcio Flávio, Passageiro da AgoniaFruto do AmorParceiros da AventuraAmor BandidoO Caso CláudiaO Seqüestro e; O Homem da Capa Preta.

Na TV escreveu os roteiros de Corpo Santo (prêmio de melhor novela e melhor autor, concedido pela Associação dos Críticos de Arte de São Paulo) e Olho por Olho, dentre outras novelas e mini-séries.

JL se afastou da Rede Globo de Televisão, em função das advertências, para diminuir o tamanho de núcleos compostos por pessoas negras, o que atrapalhava, segundo José Bonifácio, a manutenção de anunciantes como os da Margarina Cleybom.

JL assumiu a presidência do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro depois da gestão do Comunista e Filólogo, Antônio Houaiss, com a idéia de lançar o Jornal do Escritor, com o qual deu corpo à proposta de mobilizar e tornar expressiva a classe dos escritores, inclusive autores da marginalizada literatura de cordel.

JL desencadeou em 2016 a marcha dos Jornalistas contra o golpe, através do IDEA, no qual Louzeiro foi o Coordenador de Roteiros (Programa de TV transmitido pela Unitevê, Canal Universitário de Niterói, com sede na UFF), visando contribuir com a restauração da democracia atingida pelo impeachment, sem mérito, da (...) valente Presidenta Dilma Rousseff (...), como grafou em um dos seus últimos textos, ao lado dos companheiros Solange Rodrigues, Lygia Jobim, Hélio dos Santos, Mário Augusto Jakobskind, Rucdy Cabreira e de seu filho André Moreau.

José Louzeiro encabeçou com Mário Augusto Jakobskind, a Chapa Villa-Lobos que apesar de ter sido inscrita junto a ABI pelo Camarada Carlos Newton, então Presidente da Comissão Eleitoral da Associação Brasileira de Imprensa 2016/2019, foi impedida, arbitrariamente, pelo atual ocupante da presidência, de concorrer à diretoria.

Para o Historiador, General do Exército Brasileiro e Comunista, Nelson Werneck Sodré, autor da bíblia dos jornalistas História da Imprensa no Brasil, os trabalhos de José Louzeiro, (...) alcançaram grande repercussão e encontraram grande público. O faro jornalístico e a sua maneira fácil de escrever encontraram um campo extenso e nele se exercitaram. A atividade jornalística deu ao autor tudo o que de melhor ela poderia proporcionar.

José Louzeiro faleceu ao lado de sua filha Luciane Louzeiro, com quem passou a residir nos últimos anos, decepcionado com o covarde retrocesso social que vem levando o povo brasileiro à miséria extrema.

José Louzeiro, Presente!

* Via e-mail/André Moreau, é filho de José Louzeiro. Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos - ABI - Associação Brasileira de imprensa, arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.