AS PRIMEIRAS GREVES E AS QUESTÕES SOCIAIS DE ONTEM E HOJE NO BATE-PAPO COM O HISTORIADOR CARLOS AUGUSTO ADDOR
Carlos Augusto Addor / Crédito: Daniel Mazola. |
O didático bate-papo da semana foi realizado no escritório do Historiador e Escritor Carlos Augusto Addor. O valoroso Professor atua com temas fundamentais para compreendermos a realidade social, tais como: anarquismo, sindicalismo, movimentos sociais urbanos, classe operária, urbanismo do Rio de Janeiro e literatura. Com vasta experiência acadêmica na área de História - com ênfase em História do Brasil República - além de vasta produção bibliográfica, Carlos Augusto Addor possui Graduação em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1973), Mestrado em História pela Universidade Federal Fluminense (1985) e Doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (2012).
Atualmente é Professor de Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF). A tese de doutorado “Um Homem Vale Um Homem – Memória, História e Anarquismo na Obra de Edgar Rodrigues” do Historiador Carlos Augusto Addor, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, está disponível para leitura em: http://www.historia.uff.br/stricto/td/1387.pdf
“As greves brasileiras no início do século XX são influenciadas por uma conjuntura nacional de recessão, desemprego e carestia, e no plano internacional pela Revolução Soviética e a Primeira Guerra Mundial. A realidade do projeto Socialista na União Soviética apontou para uma perspectiva de transformação revolucionária da sociedade no Brasil”, explica o especialista. “Os sindicatos no Brasil eram autônomos, livres e frágeis financeiramente. Não foi por acaso que em Novembro de 1930 foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, pelo decreto nº 19.433 do presidente Getúlio Vargas. Antes, o Estado da Primeira República não se propunha a legislar em matéria Social, era o chamado Estado da Ortodoxia Liberal”.
Do ponto de vista histórico, a era Vargas cooptou o movimento sindical sem debates, centralizando a estrutura e perseguindo todos que se opunham a isso, “desde sua origem a Legislação Trabalhista sempre foi uma faca de dois gumes para o trabalhador, ao mesmo tempo que concedeu direitos, passou a controlar e limitar as ações do movimento. O presidente Vargas atendeu reivindicações e demandas que transformaram-se em leis, mas por outro lado ele destruiu a autonomia sindical operária, não sem resistência, muitos anarquista e comunistas foram massacrados. É nesse período de centralização do Estado brasileiro que os sindicatos deixam de ser um órgão de luta e resistência e passam a ser entidades de assistência”, destacou o Historiador e Professor da UFF.
Sobre a situação atual, “é preciso criticar o processo de desmonte de direitos sociais por parte do governo Temer (...). Vocês da TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical fazem um ótimo trabalho enquanto imprensa autônoma e contra-hegemônica, livre e alternativa. Sou favorável a ampla geral e irrestrita liberdade de imprensa, sou contra qualquer tipo de controle ou regulação social da mídia, mesmo travestida de uma suposta dimensão esquerdista. A imprensa precisa ser livre assim como os sindicatos foram um dia”, alertou.
Ao final do encontro, o Doutor Carlos Augusto Addor convidou os leitores a assistirem na sede da OAB-RJ, dia 07 de dezembro (quinta-feira), às 17h, no plenário Modesto da Silveira (9º andar) a exibição do documentário: '1917, A Greve Geral' de Carlos Pronzato. A coordenação é da TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical em parceria com o Centro de Documentação e Pesquisa da OAB-RJ. Após o documentário haverá palestra com o Historiador e Professor Carlos Augusto Addor (um dos entrevistados no filme), o Cineasta Carlos Pronzato, e o jornalista Daniel Mazola, Diretor e Editor da TIS. Ao final do evento ocorrerá a entrega dos Prêmios: ‘Destaque Sindical 2017’ e ‘Destaque liberdade de Imprensa 2017’.
Veja agora o didático bate-papo, com informação e opinião:
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